domingo, 5 de abril de 2009

Madrigal


Tu já tinhas um nome, e eu não sei
se eras fonte ou brisa ou mar ou flor.
Nos meus versos chamar-te-ei amor.

II

Cantas. E fica a vida suspensa.
É como se um rio cantasse:
em redor é tudo teu;
mas quando cessa o teu canto
o silêncio é todo meu.

Quase Madrigal

Os anjos que prometes são apenas
o rosto triste dos dias desolados.
Eu não prometo nada, sou alegria.
Aceito os anjos nos beijos que me dás,
pondo rosas nos teus dedos descuidados.


Eugénio de Andrade
Poemas "Madrigal" e "Quase Madrigal"

Nenhum comentário: